O biodiesel produzido em Mato Grosso é fator determinante para expandir o setor industrial no estado, ampliar pesquisas acadêmicas, fomentar o desenvolvimento local, impulsionar a produção de alimentos e ainda contribuir com a descarbonização da economia e na transição energética.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de biodiesel e pela abundância de matéria-prima, sobretudo pela grande produção de soja, Mato Grosso tem cada vez ganhado mais destaque na produção desse biocombustível que tem sido essencial para a substituição dos combustíveis fósseis.

Todos esses temas são tratados na edição desta quarta-feira (06) do podcast Conexão Indústria, que bate papo com o professor Donato Aranda, autoridade internacional no assunto. Docente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1.997, ele atua como consultor técnico do Sindicato das Indústrias de Biodiesel de Mato Grosso (SindiBio -MT) e é pesquisador e Ph. D em engenharia química.

Ouça:

O biodiesel é uma solução de energia limpa e renovável com importante papel na redução das emissões de gases de efeito estufa, em torno de 70 a 94% de acordo com a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), contribuindo significativamente para a luta contra as mudanças climáticas.

O biodiesel é um tipo de biocombustível alternativo ao diesel fóssil convencional que é derivado do petróleo. Por possuir em sua composição características muito similares ao óleo diesel, a sua adição ao diesel comum não causa nenhum prejuízo na combustão muitos menos nos motores, desinformações que ultimamente têm se espalhado em publicações na internet.

Na verdade, o uso do biodiesel traz uma série de benefícios ambientais, sociais e econômicos que vão desde a geração de novos postos de trabalho, redução de gases de efeito estufa, desenvolvimento regional e conexão entre cadeias produtivas, como detalhado pelo convidado deste episódio.

Líder na produção de soja, uma das matérias-primas mais importantes para a produção desse biocombustível em Mato Grosso, o estado possui 15 usinas de biodiesel que têm capacidade autorizada de produção anual de 2,6 bilhões de litros. Além disso, o biodiesel não compete com a produção nacional de combustível, já que o Brasil necessita importar até 30% do diesel.

Mato Grosso diversificou as atividades econômicas com a produção de biodiesel. O processo de industrialização de óleos vegetais, a transformação em biodiesel e a comercialização geram empregos diretos e indiretos, movimentando setores que vão desde a agricultura até a logística e distribuição.

De acordo com SindiBio-MT, a agregação de valor da industrialização da soja em Mato Grosso chega a 70%. Ou seja, uma tonelada de soja in natura comercializada tem valor de R$ 2.742,28. Se essa mesma quantidade de grão for transformada em biodiesel com os seus subprodutos, o valor de comercialização chega a R$ 4.663,52.

Além disso, de acordo com o mesmo estudo produzido pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), cada emprego direto gerado pelo setor de biocombustível representa 91 empregos indiretos e outros 201 empregos induzidos. Esse efeito multiplicador é o maior, entre todas as atividades econômicas, registradas no estado.

Ouça os outros episódios do Conexão Indústria e saiba mais sobre o trabalho do Sistema Fiemt:

Texto: Eduardo Cardoso