Coronavírus: Com discreto otimismo, pesquisa da Fiemt revela que 91% dos empresários sofreram impacto
A terceira rodada da pesquisa sobre a percepção do empresário industrial mato-grossense, diante da pandemia de covid-19, aponta que 91% das indústrias sofreram impactos nos últimos dias. O número registrou queda de 6% em relação à pesquisa anterior realizada na primeira semana de abril, quando 97% dos empresários disseram ter sentido algum impacto devido ao vírus.
Os dados foram coletados pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), por meio do IEL Pesquisa e do Observatório da Indústria, e divulgados nesta sexta-feira (08/05). Cinquenta empresários de nove setores, como alimentício, madeira e construção civil, responderam aos questionários.
O ciclo de pesquisa apontou que o setor ainda apresenta grande apreensão com relação ao cenário econômico a médio prazo. Do total dos entrevistados, 48,94% acreditam em estagnação do setor e 34,04% aponta uma tendência de piora. Para 17,02% dos empresários a tendência é de melhora. Na rodada anterior, 60,87% dos entrevistados apontavam piora, 34,78% acreditavam na estagnação e apenas para 4,35% a sinalização era de melhoria.
“Houve uma redução na tendência de piora em 26,83%, porém, os empresários estão sentindo uma maior percepção na estagnação econômica. Quando visualizamos a tendência de melhora do último ciclo visualiza-se que esse voltou praticamente aos patamares do primeiro. Reiterando a redução do pessimismo na última rodada ao longo da estagnação e melhora econômica”, destaca o superintendente do IEL, Mauro Santos.
Para os industriários, com a crise atual, os maiores obstáculos enfrentados são redução de venda de produtos (57%), dificuldades com novas receitas (57%), dificuldade com capital de giro (47%) e dificuldades de negociação com fornecedores (45%). Tiveram queda no faturamento 85,1%.
Já para o enfrentamento à covid-19 nas empresas, os industriários continuam adotando medidas trabalhistas como teletrabalho (43%), banco de horas (28%), antecipação de férias individuais (32%) e de decretação de férias coletivas (23%), adiamento de recolhimento de FGTS durante o estado de emergência (15%).
Decretos
Para 60% das indústrias, o decreto do município foi o que mais causou impacto em suas atividades comerciais. Para apenas 26% das indústrias os decretos de combate ao coronavírus não tiveram impacto nas suas atividades.
Para 18,21% dos empresários o fechamento das empresas é o maior impacto enfrentado por decretos atualmente, 20,51% comércio fechado e 15,38% fornecedores fechados.
“A longo prazo, 23,53% dos empresários afirmam que o desemprego será o maior impacto a ser enfrentado, 11,76% queda no faturamento e 9,80% encerramento das atividades empresariais”, aponta Mauro.
Medida financeira
Diante do cenário econômico apresentado, as empresas também têm adotado medidas financeiras para mitigar o efeito da covid-19.
No primeiro ciclo de pesquisa, 76% das empresas não havia adotado nenhuma medida. Já neste terceiro ciclo, o número caiu para 72%.
Dezenove por cento dos entrevistados anteriormente recorreram ao sistema financeiro, 17% repactuaram com fornecedores e 19% renegociaram dívidas.
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